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Amostra de asteroide reforça a ideia de que a vida na Terra pode ter origem no Espaço

Escrito por em Outubro 12, 2023

 

A NASA anunciou na quarta-feira que a amostra do asteroide Bennu, que tem cerca de 4,5 bilhões de anos, contém quantidades significativas de água e carbono.

 

 

Esta descoberta resulta através de uma missão de sete anos ao asteroide Bennu, que faz parte da missão OSIRIS-REx. A sonda deixou a amostra no deserto de Utah no mês passado, para uma análise científica minuciosa. Durante um evento de imprensa no Centro Espacial Johnson, em Houston, apresentaram-se as primeiras imagens da amostra, que incluíam poeira negra e seixos. De acordo com o administrador da NASA, Bill Nelson, esta é a maior amostra de asteroide rica em carbono já trazida para a Terra.

A amostra contém carbono, representando cerca de cinco por cento do peso total, tanto na forma orgânica como mineral, além de conter água dentro da estrutura cristalina de minerais de argila. Isso reforça a teoria de que os asteroides portadores de água há 4 a 4,5 bilhões de anos, atingiram a Terra, o que contribuiu para tornar o planeta habitável.

É importante ter em mente que toda a vida na Terra é baseada em carbono, dado que este elemento desempenha um papel fundamental na formação de proteínas, enzimas e no código genético do DNA e RNA.

Estas descobertas realizaram-se através de uma análise preliminar, envolvendo técnicas como microscopia eletrônica de varredura e tomografia computadorizada de raios-X. O cientista Daniel Glavin enfatizou que o material da amostra é altamente relevante para a astrobiologia e que muitos mais estudos precisam ser realizados. A amostra será compartilhada com laboratórios de todo o mundo para pesquisas posteriores.

 

Record de maior asteroide encontrado

A missão OSIRIS-REx trouxe a maior amostra de asteroide até hoje. Embora não seja a primeira missão a trazer amostras de asteroide, superou muito as missões anteriores em termos de quantidade. Estima-se que a sonda tenha recolhido cerca de 250 gramas de material do asteroide Bennu.

Bennu é particularmente interessante para o estudo, pois é considerado um “artefacto primordial preservado no vácuo do espaço”. Além disso, a sua órbita, que cruza a órbita da Terra, tornou a missão mais acessível. Estes dados concluem-se quando comparados com missões anteriores à Cintura de Asteroides, que se situa entre Marte e Júpiter.

Além de contribuir para a compreensão científica, o estudo da composição de Bennu também pode ser importante para futuras missões que visem desviar asteroides potencialmente perigosos. Embora o risco de Bennu colidir com a Terra seja baixo até meados do século XXI, as probabilidades aumentam significativamente após essa data.

Os dados recolhidos pela OSIRIS-REx revelaram que as partículas que compõem a superfície de Bennu estão tão pouco compactadas que, se alguém pisasse o asteroide, afundaria, à semelhança de uma piscina de bolas num parque infantil.

 

Atualidade e futuras investigações

Os cientistas têm focado esforços iniciar a análise das “partículas bónus” da amostra, que estão localizadas acima do mecanismo de colheita de amostras. A inspeção completa da amostra principal realiza-se posteriormente. Durante a recolha de amostras em outubro de 2020, uma aba projetada para selar a amostra não funcionou como esperado, permitindo que parte do material para outro compartimento se redirecionasse.

No entanto, a NASA considera esse problema como o “melhor problema a se ter”, uma vez que a abundância de material está a exigir mais tempo do que o previsto para a colheita. Preservam-se, pelo menos, 70% da amostra em Houston para futuras investigações, seguindo a prática iniciada na era Apollo com as rochas lunares. Isso garantirá que as amostras estejam disponíveis para responder às novas questões e estudos futuros, utilizando técnicas e instrumentos ainda não desenvolvidos até então.

Algumas partes das amostras também se enviam para futura exibição pública em locais como o Instituto Smithsonian, o Centro Espacial de Houston e a Universidade do Arizona. Isso permitirá que o público em geral tenha acesso às amostras para fins educacionais e inoperacionais.

 

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