ZERO defende traçado Soure-Torres Vedras-Chelas como alternativa para a Linha de Alta Velocidade
Escrito por Redação em Março 23, 2025
Trata-se de uma alternativa “mais sustentável”.
A associação ambientalista Zero defendeu uma alternativa “mais sustentável” para o último troço da Linha de Alta Velocidade (LAV) entre Porto e Lisboa, que liga Soure ao Carregado. O parecer foi apresentado no âmbito da consulta pública do Estudo de Impacte Ambiental, que terminou na sexta-feira.
A sugestão da Zero passa por um traçado paralelo à atual Linha do Oeste entre Soure e Torres Vedras, seguindo depois pelo corredor da nova linha suburbana prevista no Plano Ferroviário Nacional até Chelas. Segundo a associação, esta opção evitaria o atravessamento de áreas protegidas como o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros e a Zona de Proteção Especial do Estuário do Tejo.
Além do impacto ambiental reduzido, a Zero argumenta que a solução ajudaria a descongestionar a Linha do Norte, especialmente entre Castanheira do Ribatejo e Lisboa-Oriente, um dos troços mais saturados da rede ferroviária.
O parecer da associação reconhece que a alternativa pode aumentar ligeiramente o tempo de viagem entre Porto e Lisboa, estimando um acréscimo de 4 a 6 minutos. No entanto, defende que os benefícios ambientais e estruturais justificam uma análise mais aprofundada da proposta.
A Zero sugere ainda que as receitas da taxa de carbono sobre a aviação – que deverão atingir os 500 milhões de euros até 2030 – sejam utilizadas para financiar o investimento necessário, tornando a solução viável a longo prazo.
O troço Soure-Carregado, tal como está projetado, atravessa vários concelhos, incluindo Leiria, Pombal, Marinha Grande e Rio Maior. O estudo de impacto ambiental encomendado pela Infraestruturas de Portugal contempla duas opções de traçado, ambas superiores a 115 quilómetros.
A futura linha de alta velocidade Porto-Lisboa terá via dupla eletrificada e permitirá uma velocidade máxima de 300 km/h, sendo exclusiva para transporte de passageiros.