Morreu Arlindo Fagundes, ilustrador dos livros ‘Uma Aventura’

A editora, que recordou que Arlindo Fagundes “foi, desde o primeiro volume, o ilustrador da conhecida coleção ‘Uma Aventura'”, informou ainda que as cerimónias fúnebres terão lugar no sábado, dia 11 de janeiro, no Crematório de Braga. O velório será às 9h00 e a cremação ocorrerá às 16h00.

Arlindo Fagundes, natural de Ovar, no distrito de Aveiro, nasceu a 3 de julho de 1945. Frequentou o Conservatoire Libre de Cinéma Français, onde se diplomou como realizador de Cinema em 1973, durante o seu exílio em França (1967-1974), e aderiu ao Partido Comunista Português (PCP) em 1968, conforme a sua biografia na Infopédia.

“Após o regresso a Portugal, com a queda do Estado Novo em 1975, iniciou a sua atividade como ceramista, destacando-se com rara mestria na criação de uma galeria de bonecos de barro, de forte expressão nacional e regional”, pode ler-se.

O ilustrador iniciou-se na cerâmica em 1975, na oficina que montou em Prado, Vila Verde, onde produziu os simpáticos e irónicos bonecos de barro que lhe deram notoriedade como artesão. Frequentou também a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e participou como formador ou coordenador em diversas ações de formação profissional, nomeadamente em Barcelos, Guimarães e Vila Nova de Cerveira.

Foi convidado pelo World Craft Council para dirigir a oficina de cerâmica tradicional em Barcelos, integrada na Conferência Europeia do Artesanato de 1987, e, no mesmo ano, recebeu o ‘1.º Prémio de Design Artesanal de Vila Nova de Cerveira’.

Como caricaturista, colaborou com diversos jornais regionais, como o Correio do Minho (diário), Minho (semanário), A Patada (Braga), República (diário), Sempre Fixe, O Norte Popular (Porto) e A Alavanca (jornal da Intersindical), tendo, neste último, criado uma série de tiras de banda desenhada.

Na área do ensino, Fagundes lecionou em cursos de Técnicos de Comunicação e Multimédia na Escola Profissional de Braga, tendo também lecionado Fotografia na Escola Calouste Gulbenkian, além de ser responsável por várias ações de formação profissional.

Na banda desenhada, Arlindo Fagundes criou as aventuras de Pitanga, barbeiro ao domicílio, uma personagem inspirada no estilo de Corto Maltese de Hugo Pratt, que tanto apreciava. O seu trabalho em banda desenhada destacou-se pela originalidade e consistência narrativa, com um humor muito pessoal e um traço negro vigoroso, que se tornou a sua marca distintiva.

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