Ana Arrebentinha: “Escondeu-me até à morte dela”
Escrito por Margarida Oliveira em Agosto 28, 2024
A humorista esteve à conversa com Júlia Pinheiro no programa ‘Júlia’, da SIC.
A humorista este a conversa com Júlia Pinheiro no programa ‘Júlia’, da SIC, onde recordou os pais: “Tive os melhores pais do mundo. Isto não é um desgosto de amor, um desgosto de amor passa, isto é a maior solidão e o maior vazio que existe na vida. Todos os dias é uma aprendizagem porque todos os dias me lembro dos meus pais”, disse.
Ana Arrebentinha perdeu o pai há 10 anos, no dia 16 de março, e a mãe no início deste ano, no dia 16 de janeiro.
A humorista explicou que a mãe foi diagnosticada com uma doença rara: “Começou com os pés inchados, uma coisa normal, trabalhava num lar, e nós achámos que era por estar muitas horas em pé. Depois começou com a pele vermelha, com uma alergia, desvalorizámos. De repente começou a inchar as pernas, a inchar a anca, depois começou a inchar toda. E houve uma altura em que eu disse ‘vamos para Lisboa’. Trouxe a minha mãe para Lisboa, foi logo internada”, contou.
“Não sabíamos o que se passava, tinha as análises todas desreguladas, os médicos estavam em pânico porque aquilo não era normal. Chegou a um certo ponto em que foi para o Santa Cruz e já não saiu nesse dia. Acumulou 14 quilos em líquidos e tinha de ficar sob vigilância. Veio para casa, ficou de cama, tive de cuidar da minha mãe, dar-lhe injeções, a minha mãe teve de fraldas“, acrescentou.
Ana Arrebentinha acredita que a mãe não conseguiu ultrapassar a viuvez: “Costumo dizer que a minha mãe morreu de alma no dia em que o meu pai partiu. Ela desistiu de viver. Escondeu-me até à morte dela, escondeu-me tudo. O que ela não podia esconder, eu sabia. Eu puxei a carroça que não era minha. A minha mãe não abria os olhos para me ver. Depois foi a segunda vez internada, aí pensei que ela partia. Começou a fazer hemodiálise, a sentir-se bem, mas havia muitas coisas que ela me escondia: quando caia, quando tinha algumas fases em que não comia“, esclareceu.