Tarifas de Trump alimentam temores de recessão nos EUA

Enquanto a S&P 500 e a Nasdaq sobem com dados de inflação, os analistas temem uma “estagflação”, situação em que se soma a estagnação económica à inflação. Após anos de uma economia acelerada, os Estados Unidos veem-se diante deste temível cenário.

O mais recente relatório do Departamento do Trabalho mostrou que a inflação ao consumidor norte-americano aumentou abaixo das expectativas. Esta melhoria, mesmo que temporária, é reflexo das tarifas de importação mais agressivas do presidente eleito, Donald Trump.

Se sabes o que é Nasdaq 100 e outras bolsas de valores, então entendes que as ações são reativas às notícias de mercado e decisões políticas. Entre tantos temores a cada nova entrevista concedida pelo presidente Donald Trump, há ainda mais receios em torno dos números e previsões do FED.

Atualmente, as tarifas protecionistas do Governo dos Estados Unidos impõem uma taxa de 25% para as importações de aço e alumínio, o que já provocou reações por parte do Canadá e da Comissão Europeia. Dados recentes da JPMorganChase e do Goldman Sachs aumentam a probabilidade de recessão da economia norte-americana para 40% e 20%, dependendo das estratégias do FED.

Neste primeiro momento, a inflação sob controlo demonstra otimismo nos setores privados. Em paralelo a isto, há ainda muito receio em relação ao futuro real da inflação norte-americana. Mais do que isso, aumenta-se o temor geral a cada nova imposição de tarifas por parte do Governo.

Nasdaq e outras bolsas de valores temem a contração do PIB

Por exemplo, a possível contração do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2025 reforça o cenário de estagnação económica por parte dos Estados Unidos. Se isto se confirmar, as quedas da Nasdaq 100 e outras não deverão parar tão cedo.

Em paralelo a este cenário pessimista, vale citar ainda as hipóteses de outros países e até parceiros comerciais retaliarem as tarifas impostas por Donald Trump nos últimos dias. Dependendo das consequências destas atitudes, as expectativas sobre a inflação americana devem subir ainda mais.

União Europeia anuncia retaliação de 26 bi de euros contra os EUA

Em resposta à tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio importados pelos Estados Unidos, a União Europeia como um todo anunciou um pacote de retaliações contra os EUA. No total, o impacto estimado é de 26 mil milhões de euros contra bens americanos. Durante o anúncio da retaliação, Ursula von der Leyen falou em “restrição comercial injustificada” por parte dos EUA.

As medidas começam a valer a partir do dia 1 de abril e focam-se em produtos industriais e agrícolas norte-americanos que possuem mais destaque. A lista de bens afetados inclui itens do quotidiano e alguns produtos negociados no mercado de commodities.

• Metais;
• Ferramentas de uso doméstico;
• Plástico;
• Bens de madeira;
• Commodities agrícolas.

Além da retaliação em conjunto, Bruxelas deve impor taxas em produtos norte-americanos. Caso as respostas tarifárias continuem, a França defende ampliar as restrições para propriedades intelectuais exportadas dos Estados Unidos e até mesmo serviços digitais, como as redes sociais. Agora, resta esperar novidades nos próximos desfechos.

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