Falta de professores faz-se sentir neste regresso às aulas
Escrito por Ana Sofia Figueiredo em Setembro 11, 2023
São muitos os alunos que, esta semana, retomam o regresso às aulas, mas há falta de professores para preencher os horários.
São cerca de 1,3 milhões de alunos, desde o 1º ao 12º ano, que regressam à escola já esta semana. Contudo, muitos deles não terão determinadas disciplinas pela falta de professores especializados nas escolas.
Entre os dias 12 e 15, arranca o ano letivo 2023/ 2024 e, mais um ano consecutivo, há falta de profissionais de ensino. A verdade é que é uma realidade que já não é novidade e que poderá agravar-se com o passar dos anos.
Já foram preenchidas 2.924 vagas para as escolas de Portugal na sexta feira passada, no entanto, são 1.300 vagas por ocupar para preencher horário escolar. O foco principal é no Algarve e Lisboa e Vale do Tejo.
“Os professores não concorrem para estas regiões devido ao preço exorbitante para custear o arrendamento de uma casa ou de um quarto”, afirmou o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP). O mesmo defende que há, de facto, falta de condições para os professores deslocados.
Soluções apresentadas:
Face à problemática apresentada, o Conselho recorre a docentes que sejam detentores de cursos reconhecidos como habilitação própria para lecionar. Contudo, Filinto Lima afirma que esta solução não é ideal, alegando que o melhor seria motivar os jovens a ingressarem na área de ensino.
“Queremos professores habilitados, experientes, com a formação adequada, mas para isso é preciso cativar e motivar os mais jovens para seguirem esta carreira”, defendeu.
Todos os meses ficam em falta centenas de docentes e, sem novos profissionais a saírem das universidades em número suficiente, a escassez tenderá a agravar-se.
O novo ano letivo irá arrancar da mesma forma que o anterior terminou, com a contestação dos docentes face à valorização dos seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço.
“Há um braço de ferro intenso que se arrasta desde o ano passado, sem perspetiva de solução”, lamentou Filinto Lima. Apesar de desvalorizar o impacto das greves nas aprendizagens do ano letivo, muitas sem adesão significativa, desejou um “regresso de serenidade e paz às escolas”.
Assim, prossegue igualmente o plano de recuperação das aprendizagens, de forma a amenizar as dificuldades de ensino sentidas durante o confinamento gerado pela covid-19, mas este ano sem reforço de docentes.